2.1.- As Planícies do Vale do Rio Araranguá.

Apesar dos maus, difíceis e quase inexistentes meios de locomoção, ao sul de Tubarão, a fama das belas, grandes e fertilíssimas planícies do Araranguá penetrou na colônia do Capivari. Assim é que no fim do século XIX, um grupo de homens do Capivari, a saber, Henrique e Germano Berkenbrock, Germano Boeing, Felipe Arns e João José Back, resolveram vir, apesar das dificuldades que se lhes apresentavam, para de perto ver a realidade do que se afirmava da fertilidade e da facilidade de trabalho nas planícies do Araranguá. Em bons animais de montaria rumaram a Tubarão e de lá para o sul, encontrando no Morro Estevão e Morro Albino uns poucos moradores, divisando a sua frente à tão decantada planície do Araranguá.

Dos diversos rios afluentes do Araranguá, decidiram pelo rio Manuel Alves. Na foz deste rio no rio Mãe Luzia, já encontraram alguns moradores e contrataram um conhecedor da região, um bugreiro, que os conduziu rio acima. Ficaram todos entusiasmados, quando viram as fertilíssimas planícies do beira-rio; no entanto, o condutor chamava atenção do perigo das inundações e, de fato, observaram nas árvores e nos arbustos sinais das enchentes. Eram, pois, as vargens baixas na costa do rio, que todos os rios no vale do Araranguá apresentam. Assim foram subindo o curso do rio até chegar aos morros muito além da cidade de Meleiro, nos morros onde naturalmente não havia mais perigo de enchentes. Verificaram a beira do rio grandes espraiados dentro do mato, que lhes eram sinal da grande violência das águas.

Desta viagem em busca de bons terrenos resultou a compra de grande gleba de terreno por Henrique Berkenbrock e Germano Boeing. Os demais, um tanto desiludidos, voltaram e foram trabalhar nos terrenos que possuíam. O terreno comprado ficou por muito tempo não sendo aproveitado, mesmo porque mais tarde reconheceram a má compra por serem muitas partes inaproveitáveis. Pouco a pouco foram vendendo todo o terreno.