18.- Cemitérios.

A primeira pessoa adulta dos primeiros moradores de Forquilhinha, cuja morte e pranteou, foi a senhora de Carlos Sehnem, D. Catarina Boeing Sehnem, que faleceu em 1918. Como não havia campo santo, a não ser um escolhido pelos moradores primitivos, sobre uma colina, na extrema norte do terreno adquirido por Carlos Kühlkamp, na margem esquerda do rio Mãe Luzia, ali também fora sepultada a nossa primeira falecida.

Ali foram sepultados os restos mortais de Felipe Arns, Cristina, empregada de Gabriel Westrup, e Augusto Nuernberg, que fora assassinado num brutal homicídio, além das crianças falecidas durante a violenta epidemia, de que foram vítimas em 1918.

Uma vez construída a capela, também se pensou em um cemitério mais central e mais perto da igreja. Havia, logo extremando com a capela e no prolongamento da mesma colina, um hectare de terras, doadas à Mitra Diocesana. Nesta área se determinou a formação de um novo cemitério. Foi cercado um pequeno espaço com estacadas para guarnecer o cemitério. Com a devida autorização foram transladados os nossos mortos, que jaziam sobre o campo santo primitivo. Arrancados do fundo da terra, os esquifes foram trazidos em longa fila, acompanhados pelo povo em direção ao novo lugar de seu repouso. Era um espetáculo todo singular e impressionante, em que os familiares dos defuntos puderam presenciar um segundo sepultamento de seus entes queridos.

Não tardou apresentar-se o espaço cercado muito pequeno e tomava-se necessária a ampliação do cemitério. Foi quando se determinou o espaço como ainda hoje se encontra. O cercado devia ser feito com muros de tijolos. Este cercado, todo ele, como aí se encontra, foi custeado pelo benemérito e generoso Geraldo Westrup, um dos pioneiros de nossa comunidade. Este mesmo campo santo por ele cercado lhe está servindo de última morada até o Dia do Juízo, em que receberá a recompensa eterna por tudo que de filantropia e por amor a seu Criador, fez durante a sua vida terrena. Não pretendemos citar todas as obras de

benemerência que praticou, apenas ainda o túmulo erigido em memória do inesquecível Padre Felix Mrugalla, túmulo este que ostenta em uma de suas faces laterais uma placa com o nome do seu instituidor.

Hoje, quando estamos rememorando estes feitos do passado, o nosso cemitério se apresenta com grande número de belos, mas sérios túmulos; outras sepulturas nem tanto e outras são totalmente abandonadas pelos parentes e amigos. E quando as repassamos e lemos as inscrições, devemos dizer de nós para

nós: Todas estas pessoas, nós as conhecíamos; convivemos, lutamos em comum; muitas delas, mais idosas, mas também muitas e muitas mais novas que nós e aí estão. Então, de súbito, nos vem a séria e significativa pergunta à mente: Quando será a nossa vez? Será em breve? Demorará? Certeza temos que virá; certeza para nós é que ela virá sem muita delonga, pela idade, que está a nos proclamar desta certeza. Esperamo-la resolutos e confiantes.